Em uma cena clássica de The Pink Panther Strikes Again, o inspetor Clouseau entra em um hotel alemão e vê um cachorrinho perto do balcão. “Seu cachorro morde?” ele pergunta ao hoteleiro.
“Não”, responde o velho.
Quando Clouseau vai acariciar o cachorro, ele o ataca violentamente e tenta mastigar sua mão!
“Achei que você tivesse dito que seu cachorro não morde!” Clouseau diz.
Ao que o velho disse: “Esse não é o meu cachorro”.
Paulo também alertou a comunidade cristã sobre ser mordido:
Pois toda a lei se cumpre em uma palavra, até mesmo neste: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mas se vocês se morderem e se devorarem, cuidado para não serem consumidos uns pelos outros! (Gal 5: 14-15).
Aqui está outro comando “uns aos outros” – entre 58 ou mais no NT. Exceto que este não é tanto um comando quanto um aviso.
O contexto era legalismo.
Jesus libertou os crentes da Lei Mosaica. A salvação foi pela graça, por meio da fé, à parte das obras (Ef 2: 8-9). Que notícia incrível!
No entanto, mesmo que você acreditasse na mensagem uma vez, era difícil continuar acreditando – especialmente para os judeus. Afinal, eles passaram séculos vivendo sob a Lei e sendo perseguidos por isso. Eles estavam realmente livres da Lei?
Parecia bom demais para ser verdade.
E os legalistas da Judéia estavam prontos para dizer a eles que era bom demais para ser verdade.
Aconteceu em Antioquia (Atos 15: 1), onde até Pedro ficou confuso e teve que ser corrigido por Paulo (cf. Gl 2: 11-16). E agora estava acontecendo entre as igrejas da província da Galácia (cf. Gal 1: 6).
Qual foi a solução?
Os gálatas tiveram que permanecer firmes na liberdade cristã e não ser “novamente enredados com o jugo da escravidão” (Gl 5: 1, 5).
O legalismo é como dominó. Como Paulo explicou, querer ser circuncidado significava tentar ser justificado pela lei, o que significava cair do alto da experiência da graça (Gl 5: 4).
Se alguém quisesse cumprir a lei, ele deveria se concentrar em amar e servir uns aos outros, não na circuncisão (v 6, 12).
E foi quando Paulo advertiu contra morder e devorar uns aos outros.
Claro, Paulo estava falando figurativamente, comparando a briga dentro da igreja ao comportamento de animais selvagens brigando por um pedaço de carne. Paulo não disse que os gálatas estavam fazendo isso, apenas que eles corriam o risco de descer essa espiral descendente se caíssem na armadilha dessas disputas legalistas.
Isso é o que a lei faz – ela mata!
Agora aplique isso à sua comunidade cristã. É baseado na lei ou na graça?
Se sua irmandade for legalista, você experimentará uma espiral descendente de condenação e crítica, mastigando uns aos outros até que não haja mais nada para devorar.
Se for construído com base na graça, vocês permanecerão firmes em liberdade e suportarão um ao outro na fraqueza
Então, sua igreja morde?
Se for assim, lembre-se, quando você se reúne como igreja, você deve consumir a Ceia do Senhor, não um ao outro!